Esse artigo foi publicado originalmente por Elisa em Revista Deciframe e achei bem apropriado para o tema do blog.
Circular, sem começo nem fim, o anel é o símbolo dos ciclos, da eternidade e da união, além de servir como instrumento para designar altos cargos, prestígio e poder. É assim há muitos séculos, desde tempos remotos. A origem do costume dos casais de usarem aliança tem várias versões.
O termo aliança (bérith em hebraico) possui o sentido de compromisso ou de pacto, o anel nupcial. Este significado também é encontrado nas duas palavras gregas: diathéke esynthéke e nas latinas: foedus e testamentum. O anel serve essencialmente para indicar um elo, o signo de uma aliança, de um voto, a ambivalência desse símbolo provém do fato de que o anel une e isola ao mesmo tempo.
Os antigos egípcios, em 2.800 a.C., foram os pioneiros de um dos maiores símbolos do compromisso atual. Reza a lenda que o acessório circular – e portanto sem ponta, sem fim – foi a maneira encontrada pelos apaixonados egípcios para simbolizar o amor infinito e que deveria ser carregado para a vida toda. As alianças tinham um significado sobrenatural, pois acreditava-se que uniam o casal com amor eterno. E é desse povo que vem a teoria mais aceita para a origem da aliança como conhecemos hoje. Elas eram provindas do antigo costume egípcio de colocar no dedo da noiva um anel que substituía as moedas em tempos em que elas ainda não eram cunhadas. Com isso demonstrava-se que ela estava sendo adquirida através da riqueza do seu marido.
Entre os romanos e gregos anéis de ouro eram usados por senadores e imperadores além dos sacerdotes de Júpiter, que usavam os Anéis Pastorais. Para os demais, apenas os de ferro.
Em 800 a.C., o uso da aliança de casamento foi difundido entre os os gregos, e depois entre os romanos, vindo de um costume hindu de usar um anel para simbolizar o casamento. O anel imantado era usado no dedo anular da mão esquerda podia atrair o coração, isso pelo fato de se acreditar que neste dedo existia uma veia ligada diretamente ao coração. Na Grécia, as alianças de noivado e casamento eram usadas como selos e símbolos de posse e fortuna. Alguns deles serviam de chaves para os quartos onde os bens de um homem eram armazenados. No casamento, cópias delas eram dadas para as noivas, criando-se o costume de dar à esposa um anel. Sendo que esse não era dado na cerimônia, mas depois que a mulher fosse erguida sobre a entrada da casa. Presenteá-la com a chave demonstrava confiança e era um amuleto que reforçava que dali em diante eles dividiriam todas as suas posses.
No início a aliança era tida como um certificado de propriedade da noiva, ou de compra da noiva, indicando que ela não estava mais apta a outros pretendentes. A partir do século IX a igreja cristã adotou a aliança como um símbolo de união e fidelidade entre casais cristãos.
Muitas crenças nasceram então, como o fato de que os escoceses dizem que a mulher que perde a aliança está condenada a perder o marido. Nas lendas irlandesas, o anel serve como meio de reconhecimento, símbolo de uma força ou mesmo de um laço que nada pode romper.
Na Inglaterra os documentos mais antigos falam de alianças nupciais feitas de ferro, aço, prata, cobre, bronze, couro e junco. Em 1217 o bispo de Salisbury, Richard Poore, publicou uma lei proibindo a troca desses anéis sob o argumento de que “nenhum homem deveria se utilizar disso para seduzir jovens virgens, através de celebrações dissimuladas, pois ele pode não estar realmente preparado para o matrimônio”. Se o jovem colocasse o anel na noiva em presença de testemunhas e publicamente declarado que a teria como sua esposa, a lei e a igreja tomariam o casamento como uma união real.
Até o século XIII não havia aliança de noivado ou compromisso. O Papa Inocente III declarou que deveria haver um período de espera que deveria ser observado entre o pedido de casamento e a realização da cerimônia matrimonial. É por isso que hoje existe um anel de noivado e depois a aliança de casamento. O primeiro anel de noivado de que se tem notícia foi aquele dado pelo Rei da Alemanha, Maximiliano I, a Mary de Burgundy em 147, simbolizando união duradoura. Ela recebeu do noivo um anel de diamante e uma aliança de ouro.
Após a guerra civil inglesa os puritanos pregaram contra o uso das alianças, alguns proibindo até seu o uso em casamentos. O anel era obviamente uma jóia e, por isso, um objeto diabólico.
O que temos nas cerimônias atuais, é a perpetuação de todas essas tradições, que tem por fim, trazer bons fluídos aos noivos. Os anéis de casamento são usados pelos noivos na cerimônia de casamento religioso ou civil, por diversas culturas. Costuma-se fazer a troca dos anéis no momento final desta cerimônia. A aliança é nada mais nada menos do que a representação material do pacto do casamento e representa unir, fazer ligação, harmonizar, combinar, agrupar, unir em casamento, ligar-se, confederar-se, casar-se.
FONTE: Decifra-me
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